O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a decisão do senador Magno Malta (PL-ES) de contrariar seu partido e não apoiar a eleição de Davi Alcolumbre para a presidência do Senado. Para Bolsonaro, trata-se de um “discurso dispensável”, embora reconheça que Malta esteja no seu “direito”. O ex-chefe do Executivo também ressaltou que o senador é um “grande amigo” e que “a luta continua”.
A declaração ocorre após Malta afirmar que não votaria em Alcolumbre por divergências em temas que considera “fundamentais”.
– Davi Alcolumbre sempre soube da minha posição. O campo político ao qual ele pertence tem uma visão diferente da minha sobre questões essenciais, como o impeachment de ministros, o resgate das atribuições do Senado, a anistia dos inocentes de 8 de janeiro e o impeachment de Lula. Continuarei com uma postura crítica e firme nesses temas. Tenho respeito por ele, mas votar no Davi é, no mínimo, apoiar o sistema ou “cuspir” no rosto do povo do meu estado, que confiou em mim – declarou em entrevista ao portal O Antagonista.
Bolsonaro, por outro lado, decidiu apoiar Alcolumbre para garantir espaço ao PL na Câmara. O ex-presidente acredita que uma boa relação com o próximo presidente do Senado é estratégica para avançar pautas da direita. Ele também avaliou que os demais candidatos, Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP), não tinham chances reais de vitória.
– O voto é secreto, mas já sabemos quem vai ganhar. Se no Senado apoiássemos outro candidato, perderíamos. Foi bem negociado na Câmara e no Senado, e as duas vice-presidências serão nossas. Nos fortalecemos e deixamos alguns projetos pessoais de lado – afirmou.