A Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), instituição de ensino superior do Exército Brasileiro, localizada em Resende, Rio de Janeiro, retirou recentemente da sua lista bibliográfica a obra “A Corrupção da Inteligência: Intelectuais e Poder no Brasil”, de Flávio Gordon. Até o final do ano passado, o livro estava entre as recomendações de leitura para os cadetes da instituição.
No conteúdo da obra, Gordon defende que os principais agentes da corrupção no Brasil não se limitam a políticos ou empresários, mas incluem também intelectuais, como jornalistas, professores, historiadores e artistas. O autor argumenta que esses grupos têm um papel crucial na perpetuação de práticas corruptas no país.
A exclusão do livro ocorre em um contexto político delicado. A Aman é uma das instituições militares mais influentes na formação de oficiais do Exército e tem uma trajetória histórica significativa na política nacional. A academia também foi o local de formação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A retirada do livro tem gerado discussões sobre a liberdade acadêmica e a pluralidade de ideias no currículo militar. Há quem defenda a remoção, alegando que ela evita a promoção de obras com viés político, enquanto outros argumentam que a inclusão de diversas perspectivas é essencial para o desenvolvimento de uma formação crítica entre os futuros oficiais.