O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, concedeu uma entrevista à Rádio Musical FM, onde foi questionado sobre as divergências em pautas morais entre progressistas e conservadores.
Durante o programa, o apresentador, pastor Sezar Cavalcante, abordou temas como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo, levando Boulos a comentar sobre sua fé religiosa.
Boulos afirmou que respeita as regras de aborto previstas na legislação brasileira, que permitem a interrupção da gravidez nos casos de risco de vida para a gestante, estupro e anencefalia do feto.
Ele também criticou veementemente os deputados federais que tentaram aprovar um projeto de lei que proibiria o aborto após 22 semanas, mesmo em casos de estupro.
– Recentemente, houve no Congresso a tentativa de aprovar o que ficou conhecido como PL do Estupro, que penalizaria a menina estuprada com uma pena maior que a do próprio estuprador. Isso é inaceitável, e acredito que nenhum cristão deveria aceitar – declarou o candidato do PSOL.
Boulos também mencionou sua fé, revelando ser cristão, batizado e crismado na Igreja Cristã Ortodoxa, com uma formação cristã em sua família. No entanto, criticou políticos religiosos que utilizam a fé para fins eleitorais.
– O que me incomoda, e por isso não falo muito sobre [religião], é ver políticos manipulando a fé das pessoas às vésperas das eleições para atacar adversários ou fazer demagogia. Mas eu tenho minha fé, e quem me conhece sabe disso.
Por fim, ao abordar a questão da legalização das drogas, Boulos afirmou que não apoia a legalização, mas também não concorda em ver usuários sendo condenados à prisão.