Depois de a Receita Federal revogar a Portaria 2.219/2024, que ampliaria a fiscalização sobre as transações financeiras via Pix, o governo Lula e a imprensa tradicional apostaram na tese de que a divulgação de fake news resultou na rejeição da medida pelos brasileiros.
O Jornal Nacional, por exemplo, lançou um vídeo no Twitter/X assim que a Receita Federal anunciou a revogação da portaria. De acordo com a âncora do noticioso, Renata Vasconcellos, o recuo do governo se deu depois de uma “onda de desinformação”.
Em 9 de janeiro, dias antes da revogação da portaria, o perfil oficial do Ministério da Fazenda publicou um vídeo em que o ministro Fernando Haddad elenca as informações falsas divulgadas nas redes sociais.
Se a medida imposta pelo governo Lula prosperasse, seria possível que o Fisco brasileiro avançasse sobre pequenos empreendedores que movimentassem mais de R$ 5 mil em suas contas pessoais e mais de R$ 15 mil em suas contas empresariais.
Isso serviu de base para um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que criticou o monitoramento do Pix. Em pouco mais de 24 horas, a publicação obteve mais de 240 milhões de visualizações. Nos comentários, centenas de milhares de contas corroboraram a ideia do parlamentar.
Nikolas afirmou que a taxação direta do Pix não iria ocorrer. Mesmo assim, o jornal O Globo publicou uma notícia em que informou que o parlamentar acusou Lula de querer taxar a modalidade de pagamento.
No título das matérias sobre o recuo da Receita Federal, grandes veículos de imprensa do Brasil colocaram o argumento de que a suposta onda de fake news deu base à decisão do governo.