Após 17 horas de julgamento, uma técnica de enfermagem acusada de 11 tentativas de homicídio contra recém-nascidos em Canoas foi condenada a 51 anos e 8 meses de prisão, em regime inicial fechado.
Os jurados consideraram a mulher, de 40 anos, culpada por nove tentativas de homicídio qualificadas pelo uso de substância semelhante a veneno e por dificultar a defesa das vítimas. Em um dos casos, ela foi absolvida e, em outro, o crime foi desqualificado para lesão corporal.
O júri foi presidido pelo Juiz de Direito Diogo de Souza Mazzucatto Esteves, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas.
A ré poderá recorrer da decisão em liberdade.
Descoberta do caso
O crime ocorreu em 2009. Na época, o caso foi descoberto após 13 bebês terem sido encaminhados para a UTI com sintomas de intoxicação. O diagnóstico semelhante chamou a atenção da direção da instituição, da Secretaria Municipal de Saúde e da polícia.
Durante as investigações, a polícia encontrou na pochete da técnica de enfermagem uma seringa com resíduos dos medicamentos utilizados nos bebês. Em depoimento, ela confessou o crime e disse que estava em um quadro depressivo devido à separação dos pais.
A mulher trabalhava há dois anos na instituição.
Acusação
O Ministério Público acusou a técnica de enfermagem de ministrar medicamentos controlados às crianças sem ordem médica, assumindo o risco de matá-las. A perícia comprovou que uma das substâncias encontradas na bolsa dela era morfina.