Líder do governo Lula na Câmara, o deputado federal José Guimarães desponta como possível próximo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 2005, um assessor ligado a ele foi flagrado no Aeroporto de Congonhas com milhares de dólares escondidos na cueca, episódio que marcou sua trajetória política.
A possível candidatura de Guimarães foi tema de uma entrevista concedida por José Dirceu na quinta-feira, 2. O ex-ministro afirmou estar disposto a apoiar o parlamentar “com prazer” na disputa pela presidência do partido.
José Dirceu, que presidiu o PT entre 1995 e 2002, foi ministro da Casa Civil no primeiro governo Lula. Ele deixou o cargo em 2005, após ser acusado de liderar o Mensalão, o primeiro grande esquema de corrupção atribuído ao partido. Naquele mesmo ano, teve seu mandato de deputado federal cassado.
“Falei pessoalmente ao José Guimarães que, se ele for o candidato escolhido dentro da nossa corrente no partido, farei campanha para ele com o maior prazer”, declarou José Dirceu ao portal O Povo, do Ceará.
A corrente mencionada, chamada Construindo um Novo Brasil (CNB), surgiu em 2007, no contexto das repercussões do Mensalão. Seus fundadores eram integrantes da alta cúpula do PT e, em alguns casos, foram presos e condenados por corrupção, como o próprio Dirceu.
O episódio dos dólares na cueca também provocou a renúncia de José Genoíno, irmão de Guimarães, da presidência do PT. Ex-deputado federal, Genoíno foi condenado por envolvimento no Mensalão, reforçando os impactos do escândalo na história do partido.