O governo da Venezuela pediu ao Brasil, neste sábado (2), que “deixe de se intrometer em assuntos que dizem respeito apenas aos venezuelanos”, em meio à crise gerada pelo questionamento do governo brasileiro sobre a reeleição do presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho.
Em comunicado divulgado pelo ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, por meio do Telegram, a Venezuela afirmou que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil cometeu uma “agressão flagrante e grosseira” contra o “presidente constitucional” Maduro.
Além do Brasil, outros países, incluindo os Estados Unidos, membros da União Europeia e grande parte da comunidade internacional, não reconhecem a alegada vitória de Maduro nas eleições presidenciais e continuam exigindo a publicação dos registros eleitorais.
Para Caracas, o recente comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, no qual critica o “tom ofensivo” do governo venezuelano após chamar seu embaixador em Brasília para consultas e criticar o “intervencionismo” brasileiro, é “incompreensível”.
O Itamaraty esclareceu nesta sexta-feira (1º) que respeita “plenamente” a soberania de cada nação e destacou que seu interesse no processo eleitoral da Venezuela se deve à sua participação como testemunha dos Acordos de Barbados, assinados entre o governo Maduro e a oposição, que acusa o chavismo de ter violado o acordo.