Jair Bolsonaro se destacou como um dos grandes vencedores das eleições. Mesmo sem mandato, inelegível e prestes a se tornar réu em processos relacionados à tentativa de golpe em 8 de Janeiro, ele se posicionou como líder dos conservadores, contribuindo para importantes vitórias da direita. Confrontos diretos com a esquerda resultaram em triunfos em capitais como Cuiabá e São Paulo. O ex-presidente também impulsionou o PL a se tornar a sigla mais vitoriosa em municípios com mais de 200 mil habitantes e apoiou novos candidatos, como André Fernandes em Fortaleza, que quase avançaram para o segundo turno.
Acompanhado de seu leal aliado, o advogado Fabio Wajngarten, Bolsonaro descartou qualquer alternativa para sua candidatura em 2026, afirmando: “Não estou morto.” Ele criticou o emergente nome da direita, Pablo Marçal, e direcionou duras críticas ao governo Lula, focando especialmente na economia, política internacional e meio ambiente. Em sua visão, não há outro nome com a mesma competitividade: “Chance só tenho eu, com todo o respeito.”
Agora, sua jornada se desloca para um terreno mais complicado: os corredores da Justiça. A Polícia Federal está prestes a complicar ainda mais a situação do ex-presidente, indiciando-o pela tentativa de golpe de Estado, um caso com grande potencial de repercussão negativa. A expectativa é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresente denúncia ao STF após revisar os relatórios da investigação. “Nunca atuei fora das quatro linhas, não tenho medo de julgamento, mas minha preocupação é quem vai me julgar,” disse Bolsonaro à VEJA em entrevista na manhã de terça, 29, referindo-se à suposta perseguição que enfrenta na Corte, especialmente do ministro Alexandre de Moraes. Em uma outra batalha judicial, o ex-presidente se empenhará para recuperar seus direitos políticos a tempo de concorrer em 2026. O primeiro passo é construir uma narrativa pública que sustente sua alegação de injustiça. “Depois, a alternativa é o Parlamento, uma ação no STF, esperar o último momento para registrar a candidatura e deixar que o TSE decida,” afirmou.