O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou cinco requerimentos visando investigar possíveis irregularidades envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os pedidos foram direcionados à Casa Civil, à Controladoria-Geral da União (CGU), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de obter informações sobre viagens de Michelle Bolsonaro, supostos desvios no programa Pátria Voluntária e movimentações financeiras suspeitas.
Na Casa Civil, Lindbergh apresentou dois requerimentos. O primeiro solicita informações detalhadas sobre as viagens nacionais e internacionais realizadas por Michelle, seus familiares e assessores, incluindo o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e voos privados, além da publicidade e justificativa desses deslocamentos. O segundo requerimento questiona o cumprimento das recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou falta de transparência na gestão das doações do programa Pátria Voluntária e a ausência de critérios objetivos na escolha das entidades beneficiadas.
Essas ações do PT ocorrem em um momento em que Michelle Bolsonaro tem ganhado destaque no cenário político nacional. Desde que assumiu a presidência nacional do PL Mulher, em fevereiro de 2023, Michelle intensificou suas atividades partidárias, promovendo filiações e participando ativamente de eventos políticos. Sua influência tem sido notada no crescimento do Partido Liberal (PL), que registrou um aumento significativo no número de filiadas mulheres, atribuídas à sua atuação.
A ascensão de Michelle no cenário político tem gerado reações diversas. Enquanto aliados destacam seu carisma e capacidade de mobilização, opositores, como o líder do PT na Câmara, buscam investigar possíveis irregularidades em sua atuação passada como primeira-dama. Essas investigações podem ser vistas como uma tentativa de contrabalancear sua crescente influência política.
A ex-primeira-dama, por sua vez, tem se posicionado diante das acusações. Em resposta às denúncias recentes, Michelle Bolsonaro afirmou que elas representam uma forma de perseguição política e que tais ações buscam desviar a atenção de questões atuais enfrentadas pelo governo de Lula.