O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou publicamente seu desejo de encerrar o conflito com a Rússia. Em uma carta divulgada no X nesta terça-feira, 4, o líder ucraniano destacou sua disposição para iniciar as negociações o quanto antes e mencionou a liderança do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como crucial para a concretização de um acordo.
No texto, Zelensky reforçou que “ninguém deseja a paz mais do que os ucranianos” e propôs um processo gradual para reduzir as hostilidades. Entre as sugestões, ele citou a liberação de prisioneiros, a proibição de ataques a infraestruturas civis e um cessar-fogo no mar e no espaço aéreo.
Entretanto, qualquer possibilidade de acordo depende da resposta da Rússia, que até o momento não demonstrou intenção de recuar de suas posições no campo de batalha. O Kremlin tem intensificado sua ofensiva na Ucrânia, especialmente na região de Donetsk, onde foram registrados avanços territoriais nos últimos meses. Além disso, a aproximação da Ucrânia com o Ocidente e a busca por mais apoio militar aumentam as tensões e dificultam uma solução diplomática.
Na carta, Zelensky enfatizou a importância do apoio dos EUA e lembrou a assistência militar fornecida durante o governo Trump, destacando o envio de mísseis antitanque Javelin. No entanto, as incertezas políticas em Washington, incluindo a divisão no Congresso sobre o envio de novos pacotes de ajuda, colocam a Ucrânia em uma posição vulnerável.
Embora Zelensky tenha se mostrado aberto ao diálogo, a Rússia ainda não sinalizou disposição para aceitar um cessar-fogo sem que suas exigências sejam atendidas. O presidente russo, Vladimir Putin, insiste que qualquer negociação deve considerar os territórios já anexados e a desmilitarização da Ucrânia. Essa condição é inaceitável para Kiev, que continua a exigir a restauração da soberania sobre todas as áreas ocupadas.